Arquivo | agosto, 2010

2010: Eleições Verdes (2)

20 ago

Tartarugas do Projeto Tamar Florianópolis fotografadas na piscina.

Na foto: tartaruguinhas do Projeto Tamar Florianópolis na piscina – 2009.

Diálogo:

Tartaruga 1:

Viu o jornal ontem?
Tem candidato
dizendo q é verde.
Posso com isso?!

Tartaruga 2:

Meu, verde é a mãe!

Tartaruga 3:

Só se for a tua…

Avanço fora de foco

20 ago

Estava aqui pensando quando é que as pessoas vão se tocar que não podemos mais nos dar ao luxo de escolher entre fazer ou não objetos sustentáveis (ou emocionais, ou etc…). E, quem sabe assumirmos uma maneira de agir menos estúpida, pensando ‘no que’, ‘por que’, ‘como fazemos’ e, principalmente, se realmente devemos fazer. Nesse ano que se passou, 2009, o que mais se falou foi em inovação. Num primeiro momento poderíamos pensar que focando em inovação, teríamos um grande número de soluções para os problemas que nos assolam. Não posso questionar os resultados reais de todo esse investimento por que não pesquisei sobre isso, e não o faria. Mas, a julgar pelo tanto de soluções para problemas inexistentes que eu vi ser esboçada por aí a fora, posso concluir que estamos no mínimo fora de foco. Pode até parecer pouco importante… O ser humano atualmente tem uma certa obsessão por geração de tecnologia. Diga-se de passagem, tecnologia inútil. Sei que é muito arriscado de minha parte sair falando que qualquer coisa seja inútil. Mas, pensemos pelo seguinte ponto de vista: se estamos sofrendo com frio ou fome em uma casa, comprar uma televisão seria a solução mais adequada?

É dessa maneira que soam pra mim grande parte das pesquisas que vejo ser desenvolvidas em diferentes instâncias. Estamos sofrendo por muitas coisas, e por mais que tecnologias, aparentemente sem aplicação hoje, possam trazer muitos benefícios no futuro, com esse tipo de raciocínio cria-se uma cultura de inutilidade: Desenvolve-se muita coisa sem sentido, muitas delas com custos inestimáveis para a nossa sobrevida no planeta. Resumindo: em vez de solucionarmos os problemas existentes, focando os esforços de pesquisa e inovação para onde eles estão, criamos ainda mais problemas.

A solução pra isso poderia começar de forma simples: “Problema de projeto”. Pra quem estuda/faz design, iniciar um projeto estudando a “necessidade” é a coisa mais natural do mundo (ao menos deveria ser). Mas, a minha experiência numa faculdade de tecnologia (o IF-SC, onde estudo) me prova que isso é meio que exclusividade nossa. Os estudantes dos cursos de tecnologia (fora o design) até tem aulas de projeto, mas isso acaba sendo tratado por eles como uma mera formalidade. Foi conversando com alguns colegas de outros cursos que faziam um projeto na área de desenvolvimento de hardware que cheguei a essa conclusão. Os garotos falavam super empolgados de um de seus projetos, que faria isso e aquilo outro. Até que eu perguntei: Ta, mas pra que isso? E eles responderam com a maior naturalidade coisas como: “porque é legal”, “porque não existe ainda”. E eu continuei a perguntar: E o público, se interessa? Fizeram pesquisa? …

Não, não fizeram. Incompetência deles? Não diria, estavam entre os melhores alunos do curso. Faziam muito bem o que lhes foi orientado. Ah, mas eu falei que eles tiveram aula de projeto. Sim, tiveram, daquelas com “informacional, conceitual e detalhado”. Mas alguma coisa se perdeu aí nesse meio. Pra eles, e pra grande parte dos pesquisadores da área de tecnologia que conheço, isso não tem a menor importância.

John Thackara

20 ago

Para mudar a forma como fazemos as coisas, precisamos mudar a forma como as percebemos.

2010: as eleições do Hulk.

19 ago